Olimpíadas de Paris: as melhores (e não tão comentadas) roupas da cerimônia de abertura

24/07/2024 - por Izabella Toledo (@izabellatmelo)

Para a abertura dos Jogos Olímpicos, as delegações investiram na confecção de peças que resgatam a herança cultural de cada país

Você, com certeza, já viu nas redes alguns dos melhores looks da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris, que começam no próximo sábado (26).

Enquanto os trajes da Mongólia, França e Estados Unidos estão por toda a parte, pouquíssimo tem se falado nos designs dos times do Taiwan, Polônia e Filipinas. Construídas com detalhes ricos, as vestes que serão usadas na inauguração do maior evento esportivo do mundo carregam símbolos que expressam a cultura e a moda de cada país.

Obcecadas que estamos pelos Jogos, conferimos to-dos os looks divulgados até o momento e selecionamos 10 vestimentas que merecem mais destaque. Confira:

Taipé Chinês (Taiwan)

(Reprodução Instagram/@justinxx_official)

Desenhados por Justin Chou, designer à frente da JUST IN XX, os uniformes do Taiwan contaram com a participação de outros criadores locais, como o artista contemporâneo Paul Chiang, o artesão indígena Aing Banday e a artesã de flores trançadas Peggy Lin. Para os tecidos, foram utilizados materiais sustentáveis dos principais fabricantes têxteis taiwaneses: New Wide Group e Junmay Label & Textile.

Quênia

(Reprodução Instagram/@officialteamkenya)

Os outfits do Quênia também combinaram o trabalho de diferentes profissionais. Enquanto o desenho foi criado pela Kovu Couture, a produção das peças ficou por conta de outras labels africanas: os looks femininos foram produzidos pela Vivo Woman, e os acessórios pela comunidade Ushanga Kenya. Já os masculinos foram confeccionados pela Smiles Collection, e os chapéus pela Zanta Adeyde.

Bélgica

(Reprodução Instagram/ @caroline_biss e @cafecostume)

Os looks masculinos e femininos também foram criados por diferentes profissionais na Bélgica. Enquanto a designer Caroline Biss pensou em uma coleção inteira com looks que podem ser usados pelas atletas mulheres na abertura, a etiqueta Café Costume reuniu seus alfaiates mais experientes para criar o terno da delegação masculina do país.

Coréia do Sul

(Reprodução Instagram/@musinsa_standard)

A etiqueta coreana Musinsa Standard imprimiu sua identidade casual na alfaiataria de linho que será usada pelos atletas nas cerimônias de abertura e encerramento. O azul-pálido simboliza o Oriente e representa o vigor e o espírito empreendedor da juventude. O uniforme é composto por sete itens da label: blazer, calças, camiseta, cinto, meias, tênis e colar com um pingente do tradicional Taegeuk.

O blazer, forrado com uma padronagem que representa a tradicional porcelana coreana, será usado com um cinto que traz um resgate às heranças culturais do país, como uma representação da vestimenta tradicional da corte.

República Tcheca

(Reprodução Instagram/@olympijskytym)

Os uniformes tchecos foram criados a partir de uma parceria entre a marca ALPINE PRO e o designer Jan Černý.

As jaquetas são inspiradas no casaco “baloňák”, tradicional do país e muito popular na França. Já a padronagem, que lembra respingos de tinta, é um trabalho do artista Vladimír Boudník.

Outro símbolo presente no uniforme é a folha de tília de vidro, que representa proteção e força — definitivamente um incentivo extra para os atletas.

Nigéria

(Reprodução)

A delegação nigeriana será vestida pela marca norte-americana Actively Black, do ex-jogador de basquete Lanny Smith. Os designs combinam o moderno estilo athleisure com símbolos tradicionais do país. Enquanto os homens usarão trajes inspirados no tradicional “senator style”, popular entre os políticos do país, as mulheres vestirão uma reinterpretação do clássico vestido buba.

Tailândia

(Reprodução Instagram/@nocthailand)

Se você acha que só o Brasil teve problemas com a estética duvidosa das vestes para a cerimônia de abertura, se engana! A Tailândia cedeu aos apelos dos torcedores e retirou de cena o traje criado para a ocasião.

Segundo Thana Chaiprasit, chefe da delegação de atletas da equipe tailandesa, a versão original, criada pela tradicional alfaiataria Songsamai Shop, tinha como objetivo promover o tecido nacional. No entanto, após duras críticas, que apontavam que o design não chegava ao nível dos outfits apresentados pelos outros países, Chaiprasit decidiu que os atletas deverão usar os uniformes de aquecimento produzidos pela Grand Sport.

As peças foram projetadas com inspiração no Patrimônio Mundial Ban Chiang, na província de Udon Thani — ou seja, mesmo com a mudança de planos, a herança cultural tailandesa estará representada.

Polônia

(Reprodução Instagram/@bizuufashion)

Criado pela marca polonesa Bizuu, as vestes da cerimônia de abertura da delegação combinam o espírito esportivo com um design elevado. O objetivo da etiqueta foi representar a história e cultura nacionais, bem como expressar o estilo e tradição dos designers poloneses, traduzindo, por meio do vestuário, a busca por diálogo global; basicamente, criar uma ponte entre a moda polonesa com o restante do mundo.

Na estampa, com elementos desenhados à mão, aparecem plantas, como centeio, amora e sabugueiro, e flores nativas, como papoula do campo, centáurea e margarida. O fundo é formado por rosetas de renda — uma homenagem às famosas rendas Koniaków.

(Reprodução)

Vale ficar de olho também nas joias que complementam o estilo da delegação. Cada atleta receberá um acessório da joalheria Lilou, como uma espécie de talismã oficial da seleção olímpica polonesa.

Filipinas

(Reprodução)

Quem pensou nas vestes da delegação filipina foi o designer da mesma nacionalidade Francis Libiran. Resgatando as tradições culturais, o traje é composto por um barong atrelado a uma tipoia destacável, e o resultado é semelhante a uma armadura. A peça, nomeada por seu criador como “Sinag”, traz as cores do país e é bordada com raios de luz, permitindo que os atletas se destaquem mesmo de longe. A padronagem “simboliza bravura e ferocidade na batalha”, explicou Libiran.

Os materiais escolhidos são finos: o leve piña-jusi, da região de Kalibo, é combinado com uma seda com textura de papel. As cores da tira que prendem o barong são uma homenagem ao país anfitrião, em referência à bandeira francesa.

Para o designer, sua tarefa se resumia a uma questão: usar as vestimentas como um incentivo para os atletas que buscam pelo lugar mais alto do pódio.

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