Por Stella Bastos
Até o dia 2 de agosto acontece a exposição “Adriana Varejão: Suturas, fissuras, ruínas“, na Pinacoteca. A mostra é uma oportunidade rara de contato com o trabalho da artista, visto que composta por obras produzidas, na década de 80, por uma Adriana ainda estudante da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, até as recentes pinturas em grande escala e tridimensionais da série Ruínas de Charque.
Varejão se vale da pintura para descascar as camadas da história brasileira e quando rompe a superfície bonita e decorada com carnes repugnantes, ela nos conta outra história que não aquela dos vencedores.
Caminhar pela exposição só comprova a diversidade e a complexidade do trabalho do artista. Na primeira sala estão reunidas as pinturas barrocas de Varejão, produzidas após uma visita às cidades históricas mineiras
As fissuras tão presentes na nossa história também se repetem pelo trabalho da artista, que ora nos apresenta um mapa múndi ferido sobre o continente africano, ora simula rachaduras típicas da porcelana Song sobre azulejos de estilo português.
A tensão entre a superfície e as entranhas brasileiras desemboca no octógono da Pinacoteca, onde está exposta a série Ruínas de Charque, composta por colunas decoradas com azulejos, com as carnes à mostra. As obras são fortes e impactantes, bonitas e repulsivas ao mesmo tempo.
Os ingressos custam R$22 (inteira) e podem ser adquiridos no site da Pinacoteca. É possível estacionar o carro no museu, mas especialmente aos finais de semana, você deve enfrentar um trânsito um pouco mais pesado. Por favor, não perca essa exposição!