O longa apresenta ao público o primeiro ato da peça da Broadway — a segunda parte deve sair só em novembro de 2025
Desde sua estreia no teatro, em 2003, Wicked se tornou um fenômeno. O musical da Broadway, que se aprofunda na história das bruxas de Oz, Elphaba e Glinda, foi adaptado para peças no mundo inteiro e, agora, ganha as telonas.
Nas mãos de Paul Tazewell, esquecemos, por algumas horas, que o sapatinho vermelho de Dorothy é a peça mais icônica que já passou pela estrada de tijolos amarelos. O cor-de-rosa, o verde e o preto são o destaque da vez!
Aliás, desde a estreia de Wicked nos palcos, em Nova York, as cores tomaram um papel central: enquanto Glinda é associada aos tons suaves de rosa, a pele verde de Elphaba transformou a tonalidade em um símbolo da personagem.
No guarda-roupa de Glinda, personagem de Ariana Grande no longa, o destaque vai para a atualização do volumoso vestido da personagem em “O Mágico de Oz”. Para sua criação, dois elementos foram centrais: as bolhas, associadas à personagem, e a espiral de Fibonacci — calma! Se matemática não é seu forte, explicamos: a forma geométrica pode ser encontrada em todo o mundo natural. O que é um mistério para alguns, é mágica para Tazewell — tudo a ver com a temática do filme, né?
Além do significado mais profundo, as espirais ajudaram a deixar o look mais complexo, quebrando a tradicional silhueta do vestido usado por Billie Burke no filme de 1939.
Paetês, miçangas e lantejoulas completaram o visual.
Com toda a extravagância das roupas de Glinda, seria normal que o figurino all-black de Elphaba fosse mais modesto, certo? Errado! Tazewell enfrentou o desafio de criar um visual igualmente rico e interessante para a personagem e, para isso, fez uso de diferentes texturas, tecidos e (pasme!) cores.
Para a construção visual da personagem, o figurinista se inspirou na conexão da bruxa com a natureza e usou elementos dos cogumelos como referência para suas criações — como as lamelas do fungo, que se transformaram no efeito ondulado do vestido usado durante a performance de “Defying Gravity”, uma das músicas mais aclamadas do musical.
A peça, que é usada em um dos momentos mais icônicos da história, foi construída com três tecidos diferentes: chiffon de seda preto, renda preta e tafetá roxo — a cor desta última camada, ainda que de maneira sutil, é responsável por destacar os detalhes.
Já a silhueta é uma releitura do que Margaret Hamilton usou em 1939, quando a Bruxa Má do Oeste ganhou vida no cinema pela primeira vez. Aliás, a imagem criada em “O Mágico de Oz” é mais relevante do que você pode pensar: o figurinista do longa, Adrian, popularizou a imagem cultural da bruxa como conhecemos hoje: com trajes pretos, chapéu pontudo e, é claro, pele esverdeada.
Em Wicked, o chapéu ganha um forte elemento narrativo, como um símbolo de poder para Elphaba em sua jornada de autodescoberta. Além disso, Paul Tazewell conta que reformulou o acessório, que, para a personagem vivida por Cynthia Erivo, ganha texturas e um visual assimétrico.