A cerimônia do Oscar, que aconteceu no último domingo, rendeu muitas polêmicas. Além de boas surpresas, como “No Ritmo do Coração” levando a principal categoria da noite, situações desagradáveis também rolaram. Após o humorista e apresentador Chris Rock ter feito uma piada de mal gosto sobre a aparência de Jada Pinkett Smith, Will se levantou e deu um tapa na cara de Chris.
O apresentador disse que Jada estava parecendo o G.I. Jane, personagem de Demi Moore no filme “Até o Limite da Honra”, em que a soldado tem o cabelo raspado. Entretanto, a esposa de Will Smith está careca por conta de uma doença autoimune. O ator, claro, não gostou da piada.
Jada, de 50 anos, conhecida por suas inúmeras mudanças de visuais, raspou os cabelos no ano passado e publicou um vídeo em suas redes sociais explicando que sofria de alopecia areata, que provoca falha e queda dos fios.
O que é alopecia?
De acordo com Flávia Rosalba, dermatologista do Hospital Dia Campo Limpo, unidade sob gestão do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, o risco de alguém desenvolver a doença durante a vida é de cerca de 2%, sendo a condição agravada por outras enfermidades, como depressão e ansiedade.
A alopecia areata é uma doença autoimune que acomete os folículos pilosos (estrutura composta por um fio de pelo ou cabelo e outros elementos como glândula e músculo), levando à perda de pelos não cicatricial (quando o cabelo cai, mas pode voltar a nascer, pois não há destruição do folículo piloso). Essa ausência de pelos pode ser em placas, que é a forma mais comum, na qual notamos áreas ovaladas sem pelos, podendo ser única ou múltipla.
Há também a alopecia areata total, com perda de todo ou quase todo o pelo do couro cabeludo. E a forma alopecia areata universal, na qual a perda de pelos ocorre em todo o corpo.
“A perda de cabelo é o principal sintoma, embora possa haver problemas também nas unhas e/ou nos olhos. A evolução da alopecia areata é imprevisível, pois algumas pessoas apresentam crescimento dos cabelos de forma espontânea mesmo sem tratamento, enquanto outras não conseguem retomar o crescimento dos fios (repilação), apesar do tratamento. Cerca de 50% dos doentes apresentam repilação espontânea nos primeiros 6 meses, e 70% têm repilação no primeiro ano da doença”, explica Flávia.
As opções terapêuticas devem ser avaliadas em conjunto entre médico e paciente. Há possibilidade de tratamentos com medicamentos de uso local, como soluções ou cremes a serem aplicados, injeção de medicamentos no couro cabeludo e medicamentos de uso oral, incluindo os imunomoduladores que atuam diretamente na inflamação.